Em alguns momentos, geralmente os mais delicados, quando não sabemos bem o que dizer, muitas vezes falamos: “seja forte” então eu pensei: “ainda mais?! “
Como podemos pedir ao outro que ele seja “forte” quando naquele instante o mundo inteiro parece desabar sobre sua cabeça e o chão foge-lhe aos pés?
O que é ser forte?
Seria estancar as emoções ou coloca-las para fora, fronte a todos que desejam calma e força?
Que crueldade é essa que exige temperança num momento de tempestade?
Como podemos exigir força quando nós mesmos estamos fragilizados?
Será que isso é apenas ausência de vocabulário ou um desejo verdadeiro?
Pior do que desejar força, talvez seja dizer que é necessário ser forte para fortalecer o outro.
Quanta maldade!
Queremos ver á nossa frente uma fortaleza que resiste a tudo e que não se abala mesmo que suas pilastras naquele instante queiram desabar.
Quanta crueldade!
Arremessar nas costas de quem segura o mundo com os olhos o peso de nem mesmo poder expressar um pouco de sua fraqueza mais íntima que é talvez não precisar ser assim tão forte.
Egoísmo? Não creio que seja por mal, creio que seja por força do hábito, comodismo, frases clichês que carregamos junto com aquelas “Ele quis assim”, “tinha que acontecer”, “nada é por acaso”, “está melhor agora” e tantas outras que guardamos no subconsciente, e ainda que reais, surgem na ponta da língua quando parece que dizer “seja forte” é algo pequeno demais para a circunstância.
Pequeno sim, porem pesado, pois talvez nem todos os dias seja possível vestir a capa da mulher maravilha e ser o super homem.
Mesmo porque não é necessário garimpar muito para saber que nosso refugio pode ser tornar também, nossa “criptonita” e então essa tal força já não depende mais de nós.
Carolina Zanoni
18/04/2012
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